Confraternização de Despedida
Havia um tempo que eu não via o Rafael. Conversávamos muito por telefone assuntos profissionais e sobre a gente também. Já era hora de cada um seguir seu rumo e ele precisava de construir sua vida ao lado de uma mulher. Ele já estava noivo e era difícil um afastamento definitivo mesmo porque éramos e somos até hoje grandes amigos. Ele estava na matriz de sua empresa quando decidi largar a consultoria e aceitar um desafio na carreira pública da qual eu estava licenciado há algum tempo. Seria agora um simples sócio, um simples consultor, foram grandes tempos profissionais aqueles.
Era o final do ano de 2004 e fazíamos uma confraternização e também minha despedida em uma pequena recepção para amigos em um restaurante que fica no último andar de um hotel no centro da cidade. Foi bacana rever amigos ali. Como de costume, permaneci umas duas horas e decidi sair à francesa. Desci até a recepção e pedi um táxi. Havia bebido uns dois ou três martinis e depois senti que a vodca não era de qualidade, o que me iniciava uma dor de cabeça e não queria dirigir. Me recostei no amplo sofá daquele hall e, ao fechar os olhos, percebi que alguém se sentara no outro lado. Como não queria falar com ninguém, ali fiquei a pensar…
Reencontro Inesperado
Me veio à lembrança o aroma do perfume que eu usava há anos atrás… O Ópium é uma fragrância gostosa. Me lembrei do Rafael. Quando eu o conheci, usava esse perfume que ganhei de uma amiga que me trouxe da Europa, pois sabia que eu gostava da marca YSL. Ele passou a gostar tanto que dei meu vidro para ele e passei a usar outro. Uma sensação gostosa me invadiu e me relaxou. Fui despertado pela recepcionista avisando-me da chegada do meu táxi. Ao abrir os olhos, uma outra voz imperativa pedia para a mesma moça dispensar o táxi, dizendo que não seria mais preciso. No outro sofá estava o Rafael.
Sorri, me levantei e nos abraçamos. Havia muita saudade. Ele me disse que não queria me acordar e ficou ali me olhando. Ele estava diferente, parecia ter ganhado mais corpo, cabelos curtos e uma barba cerrada, o que lhe dava um ar mais sério. Pensei comigo mesmo: meu trabalho está cumprido! Estou diante de um homem com um futuro pela frente. A consultoria valeu a pena, minha amizade e meu carinho por ele ainda muito mais.
Noite de Confissões
Ele me levou até meu prédio e subimos juntos, com ele sempre falando e me ajudando com meus presentes e papéis. Invadiu minha sala e se sentou como de costume. Após um tempo, disse a ele que pela manhã nos falaríamos com calma e ele me respondeu:
- Claro, vou dormir aqui, então amanhã de manhã, até café a gente toma junto se você quiser…
No fundo, ele era o mesmo rapaz, o mesmo homem jovem e impetuoso que havia conhecido pouco mais de um ano atrás. Como eu poderia negar aquela companhia de quem eu também sentia saudades? Esqueci do trato que havia feito comigo mesmo de não estar com o Rafael novamente. Ele se sentou ao meu lado e recostou a cabeça no sofá… senti que ele sabia que estávamos nos momentos finais de nosso envolvimento como homens, como amantes um do outro, mas não disse nada. Não era hora.
Momento Íntimo
Passei a mão naquela barba cerrada e vi o volume que se formava entre suas pernas, levantando o tecido leve da calça social. Minha boca estava seca e eu excitado também. Tirei o relógio e pude ver que ele marcava 00h30. Ele me abraçou e senti aquele corpo quente, gostoso. Beijei suas orelhas, sua testa, seu rosto e massageei o meio de suas pernas, fazendo-o apertar na cueca. Lentamente, tirei sua blusa, seus sapatos, suas meias, desfiz sua calça, enquanto ele fazia o mesmo comigo.
Comecei a me esquivar maliciosamente de sua boca, atiçando nele o jogo da busca, da sedução, da conquista. Em um momento, ele segurou minha cabeça e me beijou. Foi um beijo molhado, quente. Ele salivava segurando minha nuca para que eu não me desvencilhasse de sua boca. Um homem conhece o corpo de outro homem. Me ajoelhei e desci suas calças e vi aqueles pelos tão íntimos e tão suaves… Mordiscava sua cueca, deixando o tecido de algodão separar o calor da minha boca da pele de seu membro. Acompanhava suas feições, que eram trêmulas de prazer. Minha boca molhava sua cueca e, ao mesmo tempo, eu sentia o cheiro dele, o sal, o suor naquela região tão masculina e agora explorada por mim em todos os sentidos.
Nossa sintonia era tamanha que eu sabia o que ele queria com o olhar. Retirei sua cueca, mas ainda não coloquei minha boca nele. Ele me confessara que não havia se masturbado, esperando esse momento, guardando cada gota para mim. Ele tirou o restante de minhas peças de roupa e passou a beijar carinhosamente meu corpo que se aquecia. Estávamos nos abraçando, nos beijando. Ele estava trêmulo quando o sentei de pernas abertas e coloquei minha boca quente naquele pau latejante. Rafael sussurrava e queria liberar o que havia guardado para mim. Não deixei que ele o fizesse na minha boca, controlando e fazendo com que ele ficasse ainda mais elétrico.
Laços de Amizade e Desejo
Pedi que ele me abraçasse por trás. Senti seu peito colado em minhas costas e ele procurando, duro, a minha entrada, me arranhando os ombros com aquela barba máscula e suada, sentindo seu hálito quente. Me virei facilitando um beijo. Ele me penetrou e iniciou um vai e vem calmo e gostoso. Comecei a falar bobagens para ele, obscenidades que eram nossas, e ele aumentava o ritmo das estocadas. Pedi para ele me dar o tesouro que havia guardado e ele, me apertando, gozou. Gozou muito e eu sentia que ele deslizava em mim com uma facilidade maior. Quando ele foi se retirar, pedi que não. Esperei seu coração desacelerar e ele, sentindo que eu era dele, esperou abraçado a mim.
Ficamos assim um tempo no tapete da sala, entre almofadas, mal acomodados e satisfeitos. O chamei para o quarto, queria aproveitar o máximo daquela noite. Abri minhas pernas sobre o corpo daquele homem e comecei a beijá-lo. Beijei seu dorso, lambi os pelos de seu peito largo, seus mamilos e desci até seu umbigo, fazendo-o endurecer de novo. Chupei aquele membro novamente.
Não havia pudores entre eu e o Rafael. Nos dispunhamos a tudo. Me encaixei de lado nele e ele batia sua cintura nas minhas costas, me apertando. Agora ele estava mais quente e mais atirado. Destravou a dizer bobagens, bobagens gostosas, excitantes, quentes, coisas que só um homem tem coragem de dizer ao outro num momento desses e ele logo gozou de novo e me punhetou até eu gozar na mão dele, ao que ele levou à boca e depois me beijou.
Manhã Seguinte
Era uma noite especial e eu queria ser dele. Era o momento dele. Eu pensava nele o tempo todo. O sêmen do Rafael tinha um cheiro forte e aquilo enebriava o quarto. Passamos um tempo nos acariciando. Eu o toquei, fazendo-o reacender. Me ajeitei agora de frente, com almofadas nas costas, e ele se ajoelhou conduzindo seu caralho até minha entrada. Eu estava de frente para meu macho, olhava nos seus olhos e na sua aparência suada, e ele, fogoso, me metia agora com força, me segurando, abaixando-se e me beijando com a língua grossa e quente e sem parar. Me fudeu assim por uns vinte minutos, diminuindo e aumentando o ritmo.
Aprendera a controlar seus instintos, seu gozo. Eu, louco de prazer, gozei. Gozei intensamente, abraçado a ele, que percebeu sua barriga deslizando com a minha, aumentou a intensidade e, me beijando e falando nossas bobagens, gozou. Gozou gorfadas gostosas que eu deixei escorrer pela minha cama e ali adormecemos já quase próximo às seis da manhã, exaustos, naquele cheiro gostoso nosso.
Minha secretária chegou e eu pedi que ela preparasse um café e um almoço que eu pudesse somente terminar o preparo e depois a dispensei. Rafael acordou de um sono profundo algumas horas depois, tomou um banho e devorou aquele café como um urso voraz. Por um momento, me deparei com ele de cueca andando no meu apartamento e o admirei. Sentado, ele comentou:
- Percebi quando sua empregada esteve aqui e você se levantou… Parece que você tem um exército à sua disposição, sempre te servindo no que você precisa…
Sorri para ele. Éramos homens comuns e respeitávamos um ao outro.
Conversamos, rimos bastante, abracei muito aquele corpo gostoso e fui abraçado. Como era gostoso estar com o Rafael. Hoje somos amigos, mas sempre que nos encontramos, percebo sua excitação discreta e uma saudade dos tempos que vivemos juntos naquele relacionamento secreto. Nossa amizade, nossa cumplicidade e nosso crescimento foram intensos.
Acredito que um homem, quando se dispõe a estar com o outro como eu estive, precisa pesar o que deseja, o que quer, sem se expor e viver um prazer, um autoconhecimento incrível, onde o sexo e o tesão são ingredientes de uma fórmula que somente quem se dispõe a viver descobre o segredo.